quarta-feira, novembro 30, 2005

Todas as Cartas de Amor são Ridículas

Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.

Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.
As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.

Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.

A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.

(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)

Álvaro de Campos

Retalhos...



Sentado em frente a esta máquina de escrever, onde pintava quadros de letras com cores de sentimentos, percebi porque nada mais sai de dentro de mim... Estou oco vazio.


Estou só, e só me sinto... só me encontro e descubro, e só desespero e me perco... Ontem será sempre ontem... por mais que o amanhã tenha sido especial... único... perfeito!


Está tudo quieto, como eu deixei da última vez que entrei no quarto, nas paredes sonhos mortos que são idolatrados como estrelas de rock, na secretaria pedaços do meu coração partido, que colecciono de forma doente. Tudo no mesmo local com o mesmo cheiro... nem a dor ousou sair do sitio escuro e medonho onde o amor costuma dormir.


É lindo o teu olhar... mas não vai salvar o mundo... nem a minha vida. São belos os teus cabelos, mas nunca irei adormecer neles! Não serás minha... nem eu serei teu. Amor como ele deve ser.

terça-feira, novembro 15, 2005

Poesia de algibeira., para paixão de quinta categoria

Se está doente o meu amor, então que ele se torne psicótico, neurótico… antibiótico! Que me consuma de frustração, que me encha de raiva e ódio. Que torne único o amor que sinto. Assim seria tão mais romântico, seria tão mais digno de ser cantado por um Rei perdido em combate. Mas não.
Sendo assim, venha a mim toda a indiferença, e que nasça mais uma cicatriz num coração recalcado.

... Poesia de algibeira., para paixão de quinta categoria

sábado, novembro 12, 2005

Beijo



beijo

domingo, novembro 06, 2005

Malmequer



Malmequer que só me contas o que eu quero ouvir… Meu amigo de sempre, sempre encontras-te nas tuas brancas se frágeis pétalas as respostas ao que eu sentia… sim malmequer, és tu quem me conhece melhor…


Bem me quer o Malmequer…