quinta-feira, janeiro 11, 2007

Ser trapezista

"Se se quiser ganhar dinheiro tem de se escrever merdas. Ser poeta é como ser trapezista. Ninguém é trapezista para ganhar a vida; tem de haver uma pulsão"

Alberto Pimenta

sábado, janeiro 06, 2007

Ilusionista

O ilusionista vivia de aparências, efémeras miragens que dançavam em seu torno, belas e robustas, como bailarinas profissionais em corpos de vacas aladas, tudo em seu torno era ambíguo, polémico, irreverente… Iludia tudo e todos com seus golpes de magica com uma varinha tão ágil que desenhava sorrisos nos corações da plateia, que por momentos, enquanto assistia a tal bailado absurdo de sentimentos, sentia-se amada, acarinhada, protegida.

Voaram as pombas e os coelhos voltaram para a cartola, o espectáculo acabou mas a ilusão contínua, é repetida a cada despertar… já tantos são os dias de viciação que o ilusionista não sabe mais o que é real.

Prisioneiro da sua própria ilusão vive amarrado à primeira fila, assiste a tudo de frente para o palco, mas já não bate palmas, já não sorri quando vê tamanhas proezas, os lenços perderam as cores, as cartas foram rasgadas e as pombas mortas estão.

É magia dizem eles… Quando o vêm passar voando tão leve e contente, sem problemas ou outros males que só atormentam quem não ama e mente.

Não é magia. Não!

É ilusão!